GESTÃO ESTRATÉGICA MODERNA: O EXECUTIVO E O ESTADISTA

O bom governante é aquele que consegue ser, ao mesmo tempo, executivo e estadista. O executivo, coordena sua equipe para que cuide do dia-a-dia da administração, ouvindo as necessidades imediatas da população, encontrando todos os meios para a desburocratização e agindo rápido, dando respostas imediatas aos problemas encontrados. O estadista, coordena para que sua gestão pense o futuro e desenvolva projetos estruturantes, de longo prazo, que na maioria das vezes não se acabam na própria gestão, mas que entram para a história pela iniciativa e pela coragem de começar algo que outro irá terminar.

 Uma boa gestão pública é feita com uma equipe dividida em três grandes áreas: aquela que cuidará das ações cotidianas, aquela que pensará o futuro e cuidará dos projetos estruturantes e aquela que trabalhará para que a máquina pública funcione de forma eficiente e eficaz. E o segredo do sucesso é fazer com que as três áreas trabalhem de forma sinérgica e transversal.

 Para que se possa montar uma equipe assim, é fundamental ter um núcleo central que articule estrategicamente as ações e que coordene para que não haja duplicidade de ações – sempre desencontradas -, evitando desperdício de recursos.

 Uma boa idéia é juntar toda a equipe e fazer um “brainstorming”, deixando que todos apresentem todas as idéias de projetos e ações que acham que devam ser executadas. Após listar todos os palpites, separar em três blocos: um das ações e projetos que são de manutenção do dia-a-dia; um das ações e projetos que são de longo prazo; e um das ações e projetos que visem otimizar a máquina pública, eliminando-se todas as ações e projetos que tenham a mesma finalidade e que sejam duplicados. A próxima etapa é colocar, em cada um desses blocos, as ações e projetos em ordem de prioridade.

 Pronto, de forma rápida têm-se um Plano Estratégico e uma priorização na alocação de recursos. A partir daí, a gestão estratégica passa a monitorar e a cobrar os resultados de cada uma das três áreas. Isso dá tranqüilidade para o político que governa como executivo e como estadista, porque ele pode dialogar com a população de maneira mais clara e objetiva e gasta mais tempo comunicando do que se desgastando com problemas. E se for preciso, consegue desistir rapidamente de um ou outro projeto e/ou ação, tendo ainda uma boa lista de idéias que podem ser aplicadas ou adaptadas, conforme os interesses da sociedade.

 Essa forma de governar agiliza a administração e troca as intermináveis discussões por termináveis realizações. Ajuda a ter metas claras e de fácil compreensão.

 Um bom exemplo é um projeto de longo prazo que se tenha como prioridade:  Uma obra boa e barata precisa de um bom projeto executivo, que precisa de um bom projeto básico, que precisa de um bom termo de referência, que precisa de um bom estudo de viabilidade, que para acontecer precisa ser definido como meta a ser alcançada. Quanto mais rápido o governante decidir que aquele projeto deve ser executado, mais rapidamente a equipe consegue trilhar esse caminho e concretizar.

 Não é difícil! Basta perder dois dias dentro de um auditório e ganhar vários dias de execução, que poderiam ser perdidos por uma única razão: a indecisão de que rumo tomar.

  

Edna O’top, 52, é Ph.D. em Administração Pública.

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