O espírito público

Por Ricardo Chiabai*

Estamos vivendo tempos difíceis de crise econômica e, principalmente, de crise ética e moral, nas quais uma influência diretamente a outra. A sociedade brasileira está estarrecida diante de tantos escândalos de corrupção envolvendo políticos e empresários. O povo clama por justiça e mudanças no país.

Acredito e defendo que um novo cenário só será possível com mudanças de comportamento, principalmente por parte do homem público e de grande parte da sociedade. O homem público, seja ele legislador, gestor, magistrado, delegado, servidor municipal, estadual ou federal, dentre outros, deverá resgatar o “espírito público”, que interpreto como sendo a consciência de que foi eleito, nomeado ou concursado para servir ao “interesse público”.

Se os eu objetivo for ter uma vida de milionário, terá que conquistar essa condição na iniciativa privada,submetendo-se à concorrência e aos riscos inerentes. Cabe ao homem público a estabilidade e um padrão de vida com dignidade.

Por outro lado, grande parte da sociedade deverá resgatar o “espírito coletivo”, o qual defino como o abandono do individualismo extremo em que lamentavelmente vivemos nos dias atuais, pensando um pouco mais nas necessidades do outro e no “interesse coletivo”.

Deve deixar de ter interesse somente naquilo que acontece na porta da sua moradia para dentro e passar a se interessar mais pelo que acontece na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, no seu país e no resto do mundo.

Isso só será possível se sair da sua zona de conforto e do campo da mera crítica e da reclamação, começando a participar mais enquanto cidadão, além de fiscalizar e contribuir com os mandatos dos seus representantes políticos.

É importante lembrar que os políticos não se submetem a concurso público, mas são escolhidos através do voto popular, portanto, devemos ser responsáveis por todas as escolhas que fazemos na vida, principalmente essa.

Estamos diante de uma grande oportunidade perante esta crise ética e moral que assola o nosso país: mudar o comportamento, passando a ter mais atitude e promovendo as mudanças que desejamos.

Estamos nos aproximando de mais um ano eleitoral e não existe instrumento mais eficiente e eficaz contra político corrupto e/ou incompetente do que a urna eletrônica, desde que devidamente utilizada. Temos que nos unir na busca de uma sociedade mais justa e humana.
 

* Arquiteto e vereador reeleito para seu segundo mandato por Vila Velha

Publicado em A Gazeta de 26/05/2017

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