06

Quando se fala em política, muita gente arrepia os pelos da nuca. Meu Deus!!! Não quero nem saber de debater política! Os políticos são todos corruptos! Os parlamentares nada fazem no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas e Câmaras dos Vereadores! E assim o barco chamado Brasil vai deslizando em águas calmas e turvas, mas segue sozinho.

Mas, como esses políticos (na maioria demonizada pela população) chegaram até lá??? Esta pergunta que não quer calar foi respondida pela Constituição Brasileira. A Carta Política de 1988, chamada de Constituição cidadã, estabelece em seu art. 1º, parágrafo único, o seguinte texto: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, diretamente, nos termos desta constituição".

Pois é, ai está a resposta. Somos nós que votamos e escolhemos os políticos que assumem seus mandatos, renovados de 4 em 4 anos, e de 8 em 8 para os Senadores.

Política faz parte da nossa atividade humana, somos todos seres políticos, mas quando vamos exercer nosso papel fundamental como cidadãos, muitas vezes esquecemos-nos da importância que temos para o funcionamento do nosso país, pois sem nós, povo, o país não evolui, não cresce, não desenvolve sua cidadania. O país se apoia numa economia selvagem, onde só o mercado fala, e a sociedade involui no seu desenvolvimento. Isso é ruim para todos, né?

O voto. Como podemos exigir um país justo, honesto e preocupado com seu povo se nos falta o principal na hora de deixar nossos votos na urna eletrônica? Muitos vão às urnas sem conhecimento sobre em quem estão votando. Em muitos casos, o voto passa a ser moeda de troca e isso acontece há anos no Brasil.

É bom citar também para embasar ainda mais esta nossa conversa o grande político brasileiro, ex-deputado, e presidente do Congresso Nacional, Ulisses Guimarães, quando perguntado sobre o que é o voto? "É o voto, somente ele, que faz a acoplagem dos cidadãos com os homens públicos e o Estado," afirmou Dr. Ulisses, como respeitosamente era chamado por todos.

Aproveito este texto para levantar importantes reflexões, com o objetivo de que possamos entender e discernir qual o verdadeiro papel do cidadão brasileiro no processo eleitoral. Por isso, na hora de votar preste bem atenção, procure saber quais são os políticos éticos que representam bons programas de interesse público. Não caia na conversa do mais articulado, mais bonitinho, amigo do amigo, de quem dá jogo de camisas de futebol e de quem faz pregações pedindo votos.

As Igrejas (de todos os credos) são responsáveis pelos esclarecimentos aos seus fiéis sobre a importância do voto ético, mas elas não podem ter práticas antiéticas, ou seja, não podem pedir votos para ninguém em especial, mesmo que o padre, pastor, rabino e monge sejam candidatos.

Para fechar este texto reflexão deixo aqui mais dois pensamentos de Ulisses Guimarães: "O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia". "É claro que a política não é o oficio da bagatela, a pragmática da ninharia. Quem cuida de coisas pequenas, acaba anão."

 

Suzana Tatagiba, jornalista

 

(Extraído da Revista Fraternidade - Paróquia São Francisco de Assis - Itapoã - Vila Velha - ES / Mês: Abril)

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01

Tem gente que acha que marcar território é urinar pra fora. Isso pode ser verdade num estágio animal, mas não pode ser verdade num estágio civilizado. Ora, nós pessoas com deficiência queremos sim demarcar nosso território pela nossa ação firme em busca de cidadania e não pela exposição ao ridículo que esses vasos sanitários com buracos provocam.

É lamentável, desastroso para dizer o mínimo, que ainda confundam deficiência com doença. Essa confusão é tão forte que insistem em trazer os vasos dos hospitais para os espaços públicos como shoppings, aeroportos, escolas, hotéis e até restaurantes. Esse acessório aterrorizante está se alastrando cada vez mais nos banheiro ditos "adaptados" ou "acessíveis" e ninguém sabe ao certo a utilidade dele. Mas todos reconhecem que esse tipo de bacia sanitária causa insegurança e risco para a integridade física, e que a instalação tem que ser proibida em lugares públicos já que esse modelo não permite o apoio total das pernas, e causa acidentes e torções.

Bom para quem? - procurei pesquisar melhor em sites e blogs em busca de alguma explicação, mas o que se lê em todos os lugares é a reclamação dos usuários. Até quem não tem deficiência reclama ao ver a urina escorrer para fora do vaso com buraco. Dizem que a origem pode ser a ne-cessidade hospitalar de uni acompanhante auxiliar na higiene do paciente. Ou seja, isso pode até funcionar lá dentro na internação e não aqui fora onde todos tem o direito de viver plenamente.

A situação é tão alarmante que a empresa Duratex S.A, fabrican-te dos produtos da marca Deca, acatou a recomendação do Mi-nistério Público Federal de Minas Gerais para alterar publicidade relativa à bacia sanitária com abertura frontal, anunciada até então como o modelo mais ade-quado a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Os anúncios passaram a explicar que o modelo com abertura frontal é recomendado apenas para hospitais, clinicas e residências "onde o usuário tem a companhia de uma pessoa para auxiliá-lo na higienização".

Outra frente de atuação do MPF diz respeito aos órgãos públicos que possuem esse tipo de vaso sanitário já instalado em seus banheiros, que no prazo de 180 dias adotem medidas necessárias para a substituição das bacias por modelos sem abertura frontal. Já em São Paulo a Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) baixou uma resolução proibindo a abertura frontal nos vasos.

Melhor seria prevenir — ou, pelo menos, fazer uma consultoria correta e séria antes de empenhar todo essa energia em algo longe do ideal. E surreal que nos dias de hoje se tenha uma resolução para proibir um tipo de vaso que é extremamente prejudicial. E um erro que sai muito caro para todos, mas principalmente para as pessoas com deficiência. É necessário que os Conselhos de Engenharia e Arquitetura colaborem para difundir e esclarecer o assunto junto aos seus profissionais. E que sigam e apliquem de forma efetiva o estabelecido na NBR: ABNT 9050, a qual não contempla a tal abertura frontal. Cadê o fiscal? — Prefeituras devem exercer o seu papel de fiscalizadoras, não permitindo que pro-jetos sejam aprovados sem o cumprimento das normas de acessibilidade.

"Nada Sobre Nós Sem Nós", esse e um dos lemas mais fortes do movimento das pessoas com deficiência, marco da autonomia e do empoderamento e um dos princípios gerais da Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Que todo esse desconforto sirva de alerta para entender e praticar mais e melhor esse princípio. Afinal, já encontramos pedras em forma de outros buracos ao longo de nossos trajetos diários e não são nada poéticos, acreditem. Não precisamos de mais esse - impávido e ameaçador em branca porcelana né?

 

MARIANA REIS é consultora em acessibilidade

(Publicado no Jornal A Tribuna - ES em 18/03/2014)

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24

O programa Vitória Alfabetizada, lançado recentemente, talvez seja a ação com a maior simbologia da nossa gestão, cujos resultados poderão transformar Vitória na primeira capital da América Latina sem analfabetos em idade adulta.

Em pleno século 21, na era da internet, em um cenário altamente tecnológico e inovador é inadmissível que irmãos e irmãs nossos ainda não saibam ler e escrever. Em um mundo moderno, onde a transmissão de dados e conteúdos influenciam cada vez mais o dia a dia de todos, não podemos aceitar a exclusão da vida plena e da cidadania, pelo analfabetismo.

A ideia do Vitória Alfabetizada nasceu de uma observação que fizemos ainda no período eleitoral. Todo candidato tem que estudar muito a sua cidade. Assim, estudamos finanças, dados sociais, econômicos, enfim, pesquisamos muito. Um trabalho minucioso para bem elaborar nosso programa de governo.

Naquele período um fato nos chamou a atenção: dados do IBGE estimavam que Vitória tivesse 15 mil analfabetos adultos. No entanto, um levantamento mais preciso realizado após assumirmos a Prefeitura revelou que quatro mil adultos entre 15 e 59 anos não sabem ler e escrever na Capital.

Daquela constatação, surgiu o Vitória Alfabetizada. Uma ação que já começou mobilizando a sociedade: educadores, comunidades, lideranças, igrejas, trabalhadores, empresários, imprensa, enfim, todos com disposição de juntar esforços para alfabetizarmos quem ainda não teve esta oportunidade. Vamos interagir com essas pessoas de várias formas, alfabetizando em salas de aula, em espaços alternativos, empresariais, comunitários ou domiciliares. Essa é a grande novidade do projeto: o envolvimento de toda a cidade para alcançarmos nosso objetivo.

Para o sucesso do programa é fundamental que a sociedade participe de toda a movimentação. Isto porque a ideia em si não é nova, considerando que temos no Brasil projetos de alfabetização há décadas. Mas, a grande novidade é a ampla mobilização em torno do compromisso que juntos com a sociedade, estamos assumindo.

Com entusiasmo e a busca ativa minuciosa do público-alvo poderemos até antecipar o alcance da meta prevista inicialmente para 2016 e dar o passo mais importante e elementar para a cidadania plena: saber ler e escrever.

 

Luciano Rezende é Prefeito de Vitória (ES)

Publicado no Jornal A Gazeta (ES)

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06

Em Vila Velha, até hoje não houve uma intervenção resolutiva para combater as enchentes, a não ser a já conhecida estrada do dique

 

Se fosse pela agressiva influência das águas, não haveria tantas pessoas morando e tantos negócios prosperando em países como Holanda, Itália, Estados Unidos e vários outros. A Holanda tem lugares, como a provincia de Flevoland, que ficam mais de trés metros abaixo do nivel do mar, totalmente inundáveis. A Itália tem a incomparável Veneza cujas águas invadem a Praça São Marcos. Os EUA tem várias cidades no Colorado e na Louisiana que fazem submergir sonhos, bens e pessoas de forma indelével. Recentemente os noticiários globais relataram essas tragédias ou o que é feito para evitar seus danos maiores.

Com séculos de experiência e profundos estudos ano hidrologia, os holandeses priorizam ações preventivas, apesar de também dominarem bem as ações relacionadas à gestão de desastres. Em 1939, a cidade de Charleston, no Estado norte americano de West Virginia, teve uma gravíssima enchente. Aconteceu o mesrno em Vila Velha, quatro anos antes. Lá a solução foi construir um bom dique e uma grande lagoa de contenção, hoje ponto turístico e de lazer náutico. Nunca mais tiveram problemas de inundação, pois disciplinaram o uso do solo sem, entretanto, inviabilizar projetos empresariais. Aqui, até hoje não houve uma intervenção resolutiva a não ser a já conhecida estrada do dique, às margens do rio Jucu, ao se aproximar de seu ponto de encontro com o mar. Isso, após a forte enchente de 1960.

Agora, as águas nos vieram dizer que precisamos agir com urgência. Ao longo da história do município alguns prefeitos envidaram esforços para resolver essa questão, mas percebe-se que nunca se concluiu algo definitivo. As razões para tal insucesso passam pela ausência de visão metropolitana, com cada um tentando resolver o seu próprio problema e, também, pela insuficiência de recursos financeiros. Ou o governo do Estado entende que esse é um problema sério e que atinge toda a região metropolitana ou continuaremos a mercê da benevolência das águas. E entender o problema é buscar estudos e projetos, inclusive em nivel internacional, debater com a sociedade organizada e canalizar recursos para a execução de suas ações recomendatórias.

Essa questão não pode ser uma mera disputa entre a classe empresarial e a administração pública, como se fossem antagônicos. É possivel conciliar o interesse de ambos, como foi feito nas cidades e nos panes mencionados no início deste texto. Sempre com base em estudos, de forma transparente e participativa. Há 79 anos Vila Velha teve sua primeira e forte enchente. Confirmando Parmêmides, as águas são as mesmas.

 


Antonio Marcos Machado


Publicado no Jornal A Gazeta em 5 de fevereiro de 2014.

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06

Há mais de duas décadas que Vila Velha vira notícia na mídia devido às chuvas de final de ano. Tem um fato na cidade que é recorrente: o sofrimento da sua população devido aos alagamentos provocados pelas chuvas todo ano, principalmente nos meses de novembro e dezembro.

Apesar de o problema ser recorrente, entra prefeito e sai prefeito, nunca foi apresentada uma solução definitiva para o caos que se instala na cidade. É claro que não existe solução mágica, do dia para a noite, mas sempre faltou um plano de ação a curto, médio e longo prazo com propostas de caráter preventivo, emergencial e pós-emergencial, que fosse resultado de estudos técnicos e da discussão com toda a sociedade, incluindo vários segmentos, entre eles, os movimentos comunitários, empresários, igrejas, vereadores, ambientalistas, corpo de bombeiros, polícias civil e militar, ficando a responsabilidade do planejamento e gestão com a Prefeitura.

Combater e acabar com os efeitos desastrosos das chuvas no município tem que passar a ser prioridade do Governo Municipal. A Prefeitura deve desenvolver projetos para captar recursos financeiros dos Governos Estadual e Federal e a aplicação dos mesmos deve ser debatida com toda a sociedade de forma eficiente, eficaz e transparente.

Países mais desenvolvidos, como Japão e Estados Unidos, desenvolveram uma logística e plano de ação, com a participação da sociedade civil, para o enfrentamento dos desastres da natureza como furacões, tsunamis e terremotos. Vila Velha e os demais municípios do Estado necessitam urgentemente desenvolver essa mesma capacidade para enfrentar as chuvas que todo ano tem provocado sofrimento e prejuízos à população.

Certamente esse é um problema que não será resolvido em uma única Gestão. Será necessário planejamento, transparência e participação popular. Audiências públicas devem ser organizadas e o resultado encaminhado à Câmara de Vereadores, para ter força de lei e evitar a descontinuidade muito comum na transição de uma Administração para outra.

 


Ricardo Chiabai
Arquiteto e Urbanista. Vereador em Vila Velha pelo PPS.
 

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